Entenda se você tem um perfil matutino, vespertino, noturno ou adaptável no ambiente de trabalho.
A busca pelo horário ideal para o trabalho vai além de uma simples preferência pessoal. Na verdade, está diretamente ligada à eficiência e desempenho do trabalhador.
Identificar o momento de maior produtividade torna-se crucial para direcionar esforços e garantir resultados satisfatórios.
De acordo com especialistas consultados pelo Valor Econômico, compreender esse “timing” pode ser a chave para alcançar um desempenho ótimo nas atividades laborais.
Denominado de “horário nobre” pelo expert em produtividade e gestão do tempo, Christian Barbosa, esse período é destacado como o momento ideal para explorar a criatividade e enfrentar as tarefas que demandam maior atenção.
Autor dos renomados livros “A Tríade do Tempo” e “Equilíbrio e Resultado”, Barbosa enfatiza a importância de alocar as atividades mais desafiadoras nesse intervalo, visando um desempenho otimizado.
Segundo Barbosa, os profissionais podem ser divididos em quatro grupos distintos:
Matutinos: preferem e rendem melhor durante a manhã, levantando cedo e enfrentando as tarefas logo cedo, enquanto optam por dormir cedo à noite;
Vespertinos: alcançam seu ápice de produção entre a tarde e o fim do dia, mantendo-se acordados até mais tarde e acordando num horário posterior;
Noturnos: a performance destaca-se no início da noite, caracterizando-se por hábitos de dormir e acordar mais tarde;
Adaptativos: embora possuam preferências, conseguem se ajustar a diferentes horários de trabalho conforme a necessidade.
Especialistas apontam que fatores como cronotipo e ciclo circadiano influenciam diretamente no horário de pico de produtividade.
O cronotipo, conforme a psicóloga e docente de Gestão de Pessoas da FGV-EAESP, Vanessa Cepellos, refere-se aos horários naturais em que o corpo humano tende a preferir para realizar suas atividades diárias.
Já o ciclo circadiano, segundo a mesma fonte, é o mecanismo que regula as atividades fisiológicas ao longo do dia, determinando os momentos de maior eficiência. Esse ciclo é responsável por variáveis como a temperatura corporal e níveis hormonais.
Produtividade
Uma pesquisa conduzida pela agência internacional OnePoll, a pedido da empresa britânica Office Freedom, revelou que, nos escritórios do Reino Unido, os picos de produtividade ocorrem por volta das 10h22, declinando a partir das 13h27.
No Brasil, esse fenômeno tende a ocorrer ainda mais cedo, refletindo os hábitos da população.
Para entender melhor o próprio horário de produtividade, Vanessa sugere algumas etapas:
- Realize um mapeamento do dia;
- Registe os momentos de maior energia ao longo do dia;
- Anote os horários de melhor desempenho ao longo de uma semana.
Analisando os resultados, é possível identificar os momentos de maior produtividade e direcionar as atividades mais exigentes para esses períodos.
Entretanto, é importante salientar que o horário de pico pode sofrer alterações ao longo da vida, especialmente devido ao envelhecimento.
Isso porque, à medida que envelhecemos, a produção de melatonina, hormônio regulador do sono, pode ser afetada, influenciando nossos padrões de sono e, consequentemente, nosso horário de maior produtividade.
Barbosa ressalta que, embora seja possível alterar os hábitos de sono e cronotipo, isso requer mudanças significativas na rotina, alimentação, atividades físicas e até mesmo no ciclo social.
Em suma, não se trata apenas de quando acordamos, mas sim das atividades que realizamos durante o período em que estamos acordados.
Adaptar-se ao próprio ritmo biológico pode ser desafiador, porém não impossível, e pode resultar em uma eficiência e satisfação profissional ainda maiores.